Amanhã
Quando eu morrer,
Eu quero ser enterrado
Virado para oriente
De pé, braços cruzados,
À espera que nasça o Sol;
Quer seja enterro falado
(Um enterro burguês a valer),
Quer seja de pobre-diabo
Eu quero ficar assim:
De pé, braços cruzados,
À espera que nasça o Sol!
António Cardoso
"Poemas de Circunstância (1949-1960)"
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