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15 de janeiro de 2011

Arnaldo Santos, BioBiblioGrafia


crédito Jornal de Angola



Arnaldo Moreira dos Santos nasceu em Luanda a 14 de Março de 1935, no Bairro da Ingombota e passou a infância e a adolescência no bairro Kinaxixe.

Estes dois espaços da cidade, bem como o Uije, onde viveu os acontecimentos de 1961, viriam a ter importância central nos seus escritos.

Em Luanda fez os estudos primários e o secundário no Liceu Salvador Correia (actual Mutu ia Kevela).

Foi funcionário dos Serviços de Saúde e da Fazenda Pública, jornalista, chefe de redacção da revista "Novembro" e director do "Jornal de Angola", do INALD (Instituto Nacional do Livro e do Disco) e do IAC (Instituto Angolano de Cinema).

Tem obras publicadas em “O Brado Africano”, “Cultura (II)”, “Mensagem”, “ABC” e “Jornal de Angola”.

Membro fundador da UEA (União dos Escritores Angolanos), pertenceu aos seus corpos directivos entre 1975 e 1990.

POESIA

Na senda do Movimento dos Novos Intelectuais de Angola (1951) e depois da “Mensagem”, o seu órgão difusor, ter sido encerrada, pertenceu à Geração Silenciada da “Cultura (II)” (1957), 2ª série do jornal de artes e letras da Sociedade Cultural de Angola, “fundado em 1945 mas que, em dada altura, suspendera a publicação”1. Foi nesta publicação que se revelou como “poeta e contista dos mais talentosos de Angola”, “inimigo da discursividade, da retórica.” “Cedo a sua lei foi a da pureza, a do rigor da imagem. A sua poemática é uma pulsação íntima, uma interiorização sagaz do universo circundante”. 2

Fuga, 1960
Uige, 1961
Poemas no Tempo, 1977
Nova Memória da Terra e dos Homens, 1987


PROSA

“Prosador emérito, do mais refinado que a narrativa conheceu entre nós nas últimas décadas, senhor de uma estilística que apropria o método ao clima e à circunstância”, identifica-se “nesse triângulo a configuração da sua inequívoca angolanidade.” 3

Quinaxixi, 1965
Prosas, 1981
Kimaxixi e Outras Prosas, 1986
Na Mbanza do Miranda, 1986
Cesto de Katandu e Outros Contos, 1987
A Boneca de Quilengues, 1991
A Casa Velha das Margens, 1999
As Estórias de Kuxixima, 2003
A Palavra e a Máscara, 2004
O Vento Que Desorienta o Caçador, 2006


CRÓNICAS

Publica, no "Jornal de Angola", crónicas de opinião.

Tempo de Munhungo, 1968
Crónicas ao Sol e à Chuva. 2000
Observatório do Balão, 2011


ANTOLOGIADO em:

Poetas Angolanos, 1960
Contistas Angolanos, 1960
Poetas Angolanos, 1962
Novos Contos de África, 1962
Antologia Poética Angolana, 1963
Literatura Africana de Expressão Portuguesa, 1967
Novos Contos do Ultramar, 1969
Contos Portugueses do Ultramar, 1969
Afrikansk Lyrik, 1970
Antologia do Conto Ultramarino, 1972
When Bullets Begin to Flowers, 1972
Antologia da Poesia Pré-Angolana (1948-1974), 1975
Antologia Temática de Poesia Africana 1. Na Noite Grávida de Punhais, 1975
No Reino de Caliban, 1976
Monangola, A Jovem Poesia Angolana, 1978
Sonha Manana África, 1988
Poetas Africanos, 1989


PRÉMIOS

Prémio «Mota Veiga» 1968, por “Tempo de Munhungo”.
Prémio Nacional de Cultura 2004.



OUTRA BIBLIOGRAFIA

Activa

Os Calundus da Joana, Lavra & Oficina, caderno especial dedicado à literatura angolana em saudação à VI conferência dos escritores afro-asiáticos, UEA-União dos Escritores Angolanos, Luanda, 1979.

A Força de Viver, Antologia de Arnaldo Moreira dos Santos, UEA Digital-União dos Escritores Angolanos, Antologias, [url] http://www.uea-angola.org/resumo_antologia.cfm?ID=351

A Vivência é uma fonte inesgotável para qualquer escritor, Entrevista de Aguinaldo Cristóvão, UEA Digital-União dos Escritores Angolanos, [url] http://www.uea-angola.org/resumo_entrevistas.cfm?ID=439 5

Um Escritor Embaraçado, Entrevista de Sílvia Milonga a 13.12.2001, Milonga-Nós Por Cá!, [url] http://www.nexus.ao/milonga/ver.cfm?m_id=2651 6


Passiva

ANDRADE, Mário de. Antologia Temática de Poesia Africana, 1. Na Noite Grávida de Punhais, Sá da Costa, Lisboa, 1975.
CÉSAR, Amândio. Antologia do Conto Ultramarino, Verbo, Lisboa, 1972.

ERVEDOSA, Carlos. Roteiro da Literatura Angolana, Sociedade Cultural de Angola, Luanda, 1975.

FERREIRA, Manuel. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, volume II, Instituto de Cultura Portuguesa, MEIC, Secretaria de Estado da Investigação Científica, Lisboa, 1977.

GOMES, Beto. Poesia Africana de Expressão Portuguesa, Arnaldo Santos, edição em Linha [url] http://betogomes.sites.uol.com.br/ArnaldoSantos.htm

INFOPÉDIA. Arnaldo Santos, Infopédia, edição em Linha [url] http://www.infopedia.pt/$arnaldo-santoshttp://www.infopedia.pt/$arnaldo-santoshttp://www.infopedia.pt/$arnaldo-santos

KANJIMBO, Luís. Conheça a Riqueza da Literatura Angolana, edição em Linha, [url] http://www.nexus.ao/kandjimbo/

LARANJEIRA, Pires. Antologia da Poesia Pré-Angolana (1948-1974), Afrontamento, Porto, 1975.

MARTINHO, Fernando J. B. Recensão crítica a “Poemas no Tempo”, Revista Colóquio/Letras, Fundação Calouste Gulbenkian, nº 42, Lisboa, Março 1978.

MESTRE, David. Recensão crítica a “Nova Memória da Terra e dos Homens”, Revista Colóquio/Letras, Fundação Calouste Gulbenkian, nº 101, Lisboa, Janeiro 1988.


MIRANDA, António. Arnaldo Santos, Poesia Africana Lusófona, Angola, edição em Linha [url] http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/angola/arnaldo_dos_santos.html

PEREIRA, Carlos Pinto. Do Rovuma ao Maputo, Antologia de Autores Africanos. 4


VIEIRA, Vergílio Alberto. Monangola, A Jovem Poesia Angolana, Limiar, Porto, 1978.




Admário Costa Lindo



notas & etc.:

1. ERVEDOSA, Carlos. Roteiro da Literatura Angolana, Sociedade Cultural de Angola, Luanda, 1975.

2. FERREIRA, Manuel. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa, volume II, Instituto de Cultura Portuguesa, MEIC, Secretaria de Estado da Investigação Científica, Lisboa, 1977.

3. MESTRE, David. Recensão crítica a “Nova Memória da Terra e dos Homens” de Arnaldo Santos, Revista Colóquio/Letras, nº 101, Lisboa, Janeiro 1988.

4. Esta página foi convertida em eBook mas é extremamente difícil chegar ao arquivo; faça uma busca Google com a indicação abaixo (copie exactamente a indicação) e, para ligação directa, clique na opção “Sinto-me Com Sorte” do Google (I’m Feeeling Lucky); guarde o arquivo, que é a forma mais eficiente de evitar dissabores; o arquivo vale bem esta precaução.
[DOC] Do Rovuma ao Maputo - Antologia de Autores Africanos

5. “Eu sinto que a realidade angolana é tão rica que, quanto a mim, ultrapassa muito a imaginação do escritor. O escritor muitas vezes surpreende-se porque a realidade lhe apresenta situações que, por muito ousado que ele seja, é incapaz de as conceber. Eu considero, pois, uma fonte inesgotável para qualquer escritor a sua vivência, a sua integração nestes grandes movimentos de conhecimento do povo angolano para subsistirmos e vivermos neste momento, aliás, extremamente controverso e, de sobremodo, importante para o futuro dos angolanos. E então surgem-nos aspectos que nos confundem porque eles, aparentemente, até ao nível da ficção, eram difíceis de serem imaginados.”

6. “Creio que em Portugal os críticos têm alguma dificuldade de acesso ao conteúdo, aos temas, e até à linguagem e livros dos escritores angolanos. Passamos despercebidos, excepto quando há um público muito direccionado, cujos interesses estejam ligados à cultura de Angola, esses solicitam obras especialmente às livrarias.
Por outro lado há uma série de palavras que hoje fazem naturalmente parte do dicionário português que vêm do kimbundu. Grande parte das palavras que hoje encontramos em dicionários etimológicos foram primeiro para o Brasil e vieram abrasileiradas para Portugal. Samba por exemplo vem de semba, carimbo vem de cadimbo. Os portugueses usam estas palavras pensando que estão a falar português, mas são palavras de origem kimbundu como quezilia vem de quijila.”



última actualização:
17.01.2011

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