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3 de novembro de 2006

Amanhecer na Katumbela

Ao João Maria Vilanova
- ao nosso reencontro


Kukiou o dia
no canto de um passarinho do muxitu
Ouvi

e sem depressa
como quem sonha inda

vi

no Katumbela rio-sacarino
minha mangonha
canoa nas águas lentas
A sensação
de nenhum tempo

Estar

E olhei a planície o vale
lugar onde o canavial é dono
é posse
o seu silêncio
coisas homens
numa canção de abandono

E não ouvi demais
que o canto da madrugada
tinha a voz murmúrio de kaxexe

Apenas e
lentamente
renascia em mim um novo sono

Então com de repente
despertei


Arnaldo Santos
"Poemas no Tempo"

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